Seja persuasivo sem ser chato
Sabe quando uma reportagem de TV mostra um conflito entre grupos, a violência está a solta, o clima é de tensão e passa um cachorro tranquilo e em paz lá no fundo? Os cães costumam ser bons de relacionamento.
E quando você está comendo, vem um cachorrinho olhando para você com uma cara que te faz derreter? Eles são persuasivos, sem ser chatos. (Bom, alguns.)
E quem não consegue lembrar de alguém que jurou jamais ter um cachorro, hoje ama de paixão, não troca por nada no mundo e se bobear o deixa dormir na cama? Eles sabem entregar o que a pessoa precisa com jeito, talvez isso seja saber amar.
O que quero contar ainda vai além, recebi uma grande aula no convívio com uma golden linda!

Temos um percurso para avançar juntos
Consegue imaginar uma cachorra grande, linda, forte e cheia de energia?
Essa era a Channel e nós passeávamos juntas todos os dias. Você vai entender onde eu quero chegar.
No início eu acreditava que deveria passear com ela, que tinha mais força e velocidade que eu. Além de querer cheirar todos os matinhos, atravessar a rua a hora que bem entendia, correr quando via um cachorro despontando no horizonte. Antevendo essas possibilidades ela puxava de um lado a coleira e eu puxava de volta para controlar a situação. Eu levantava a voz firmemente e dizia “Fica” “Junto”, “Não”.
Era muita energia, eu voltava cansada e pensando o que fazer. Amo cachorros, então respirava fundo e pensava: “Ela não sabe o que está acontecendo, não entende, ela está seguindo sua natureza, é um cachorro.” Por não ter como comunicar com ela e muito menos ficar brava com a situação, afinal, era um cachorro, resolvi fazer diferente.
E se puder ser mais leve?
Deixei que teoricamente eu passeasse com ela para, na prática, ela passear comigo. Minha estratégia era estar próxima, deixar a guia um pouco mais curta e a deixar ir. Ela corria, eu corria. Ela parava, eu parava. Ela queria atravessar a rua eu seguia sua iniciativa, com o cuidado de olhar para os lados. Quando havia necessidade de direcionar, fazia algum movimento e chamava sua atenção com palma e carinho. Isso tornava tudo mais fluido e legal.
Com isso, para minha surpresa, ela passou a aceitar meus comandos com puxadas sutis na coleira e abanando o rabinho.
Depois entendi que isso chama Rapport na PNL (Programação Neuro Linguística), que é um processo para gerar conexão, relação, estabelecer confiança. Nele se diz que devemos acompanhar, acompanhar e acompanhar alguém para depois conduzir. E me lembrei da minha mestre de quatro patas.
Primeiro, buscamos espelhar e fazemos um esforço consciente para ver o mundo sob a ótica do outro. E a regra da reciprocidade faz com que o outro tenha mais confiança e abertura com você. Naturalmente queremos ser legais com quem nos entende, fala a nossa língua e é legal conosco de forma genuína.
Posicionamento e comunicação mudam tudo
Entendeu como pode aplicar a mesma lógica? Soltando a necessidade de controle.
A comunicação está na raiz dos relacionamentos, saber ouvir é mais importante do que falar. Acompanhe, entenda sob o ponto de vista do outro, o deixe ser quem é, o aceite, busque o entender e devolver isso em sua fala e expressão.
Faça isso de maneira verdadeira e assim ganhará a abertura do outro quando apresentar sua ideia. E adivinhe só que legal: isso favorece acontecerem vendas. Pois ela acontece de uma maneira mais natural quando há conexão entre o que o cliente quer e o que você entrega. E num espaço de diálogo vocês conseguem assimilar isso e entender que estão construindo algo juntos!
Melhor do que querer vender para o seu cliente é que ele queira comprar de você, não é mesmo? Já reparou que ninguém gosta que os outros o vendam algo, mas todo mundo gosta de comprar?
Faz sentido para você? te ajudou de alguma forma? Vou ficar feliz em saber, me conte nos comentários e compartilhe com quem possa gostar de ler este texto.
Um abraço e até o próximo!